Uma das páginas trágicas na história do povo dos tártaros da Crimeia é a sua deportação em massa por causa das acusações de "traição à pátria", realizada na noite de 17 a 18 de maio de 1944. Segundo as estimativas mais prováveis de historiadores, da Crimeia foram deportados mais de 194 mil tártaros.
Tártaros da Crimeia foram deportados para áreas inóspitas da Sibéria, Ural e Ásia Central, onde ficaram sem documentos e em condições de toque de recolher, sem o direito de viajar e até mesmo para procurar famílias perdidas durante a deportação.
As condições difíceis de vida em assentamentos especiais, complicados ainda mais pelo clima desacostumado, doenças infecciosas e falta do serviço médico provocaram doenças e a morte em massa. De acordo com o Movimento Nacional dos Tártaros da Crimeia, durante os primeiros 4 anos da deportação morreram 46,2% das pessoas.
No ano 1956 o Partido Comunista condenou abertamente a política de deportações, em 1967 foram revogadas as acusações de traição, e em 1974 - a proibição de voltar aos seus antigos lugares de residência na Crimeia, e em 1989 foram declarados ilegais e criminosos todos os atos de repressão contra os povos submetidos ao deslocamento forçado.
A Ucrânia desde a proclamação da sua independência assumiu a plena responsabilidade pelo destino de todos os cidadãos, incluindo aqueles que retornaram ao seu território após a deportação.
Antes da ocupação da Crimeia pela Federação Russa em fevereiro-março de 2014 a Ucrânia com os seus próprios recursos realizou um trabalho extenso para resolver os problemas sociais e econômicos dos tártaros da Crimeia e das pessoas de outras nacionalidades que retornaram a Crimeia para residência permanente. No Orçamento do Estado da Ucrânia anualmente foram previstos fundos para o reassentamento dos cidadãos anteriormente deportados em razão da nacionalidade, o valor total dos quais no final de 2013 foi superior a 158 milhões de dólares.
No início de 2013 para residência permanente na Crimeia voltaram cerca de 266 mil tártaros.
Após as eleições de 2010, para os conselhos regionais foram eleitos 16% de representantes dos tártaros da Crimeia, enquanto sua participação na composição étnica da Crimeia foi de 13,7%.
Segundo o Comitê Republicano da República Autônoma da Crimeia, no final de 2012, para construção de moradias aos tártaros da Crimeia foram entregues 85 mil lotes com a superfície total aproximada de 11 mil hectares.
No ano escolar de 2013/2014, na Crimeia havia 15 escolas secundárias com ensino em língua tártara (3092 alunos).
Em 2013 na Crimeia publicavam-se vários jornais em língua tártara, e na Estação Estatal de Rádio e Televisão “Crimeia” funcionava a redação tártara “Meydan".
Na família amistosa ucraniana, os tártaros da Crimeia tinham encontrado seu lugar e a possibilidade de retornar à sua terra histórica. Apesar da suspensão pelo governo da Rússia das organizações sociais dos tártaros da Crimeia, proibição da entrada no território ocupado de seu líder e outros obstáculos, dificuldades temporárias não quebrarão o espírito dos tártaros da Crimeia, e eles continuarão a construir suas casas, onde construíram seus avós e bisavós. A Ucrânia vai continuar a fazer esforços para garantir os direitos dos cidadãos de todas as nacionalidades do nosso Estado. Somos diferentes, mais somos um povo unido, somos a Ucrânia unida!
Embaixada da Ucrânia no Brasil