Às vésperas de uma cúpula para tentar costurar um acordo de paz na Ucrânia, o governo de Kiev denunciou na semana passada uma invasão russa "sem precedentes" no leste do país. Para os militares ucranianos, o ataque representa a consolidação da presença russa na região, ainda que Moscou não admita o uso oficial de tropas.
Dados do Ministério da Defesa da Ucrânia, apresentados a mediadores das Nações Unidas na semana passada, mostram que o governo russo estaria usando operações supostamente humanitárias para garantir a entrada no território ucraniano de centenas de armamentos.
O resultado tem sido um número cada vez maior de ataques contra soldados ucranianos por parte de rebeldes, apesar do cessarfogo assinado em setembro. Na próxima quintafeira (dia 15), líderes ucranianos, russos, alemães e franceses devem se encontrar no Casaquistão para estudar saídas para o conflito, que está perto de completar um ano. O encontro não estava confirmado, mas a possibilidade de ele ocorrer foi vista como um sinal do Kremlin de disposição para dialogar, especialmente diante da crise econômica que afeta o país.
Ao mesmo tempo, porém, Kiev alerta que nunca, desde o início da crise, o leste foi alvo de uma invasão de tamanha proporção. As informações coletadas por satélites mostraram que, em novembro e início de dezembro, ocorreu a maior invasão de militares russos em seu território. Foram quase 2 mil caminhões com equipamentos, mais de 600 tanques, dezenas de lançafoguetes e mais de 450 carros e tanques de combustível. Foram verificados também sofisticados equipamentos de proteção e tecnologia de ponta para ataques. Segundo os ucranianos, eles seriam para dar apoio aos separatistas no leste.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.