Nos anos 1932-1933 a Ucrânia era conhecida como "celeiro da Europa" por causa de suas terras férteis e grande produção de trigo.
Nesse período, entre sete e dez milhões de pessoas morreram de fome não por causa de uma catástrofe natural, mas pela política de governo comunista de Stalin de confiscar do povo as colheitas até o último grão para poder exportar normalmente como se nada de anormal estivesse ocorrendo no país.
O resultado foi o genocídio, conhecido como o Holodomor –uma palavra que resulta da expressão ucraniana "moryty golodom", que significa "matar pela fome".
A fome atingiu o seu pico no inverno e na primavera de 1933, quando 25 mil pessoas morriam a cada dia. Como o resultado do Holodomor, 20% a 25% da população de Ucrânia foi exterminada.
Outro resultado terrível do Holodomor foi um índice extremamente elevado de mortalidade infantil. Tentando salvar seus filhos, os camponeses atravessaram as fronteiras vigiadas por tropas de NKVD (a Agência de polícia secreta soviética), abandonando seus filhos em áreas urbanas, que foram menos afetados pela fome.
No final da primavera de 1933, mais de 300 mil crianças de rua foram registradas sozinhas na região de Kiev, e como os orfanatos e abrigos para crianças já estavam superlotados, a maioria dessas crianças morreram nas ruas de fome e doenças.
Em setembro de 1933, foi registrado nas escolas a falta de dois terços dos alunos ucranianos.
O objetivo principal desta fome artificial foi quebrar o espírito ucraniano, impedir o renascimento da cultura ucraniana e divulgação das ideias da Independência da Ucrânia.
Tudo isso foi percebido por Moscou como ameaças ao regime soviético que fez a limpeza étnica dos ucranianos no vasto território.
A Ucrânia lembra esta tragédia, lembra as vítimas do terror soviético.
Há 82 anos para impedir a Independência da Ucrânia, Moscou usou os seus serviços secretos e seu Exército, matando milhões dos ucranianos, como agora está usando suas forças secretas e militares, matando os ucranianos patriotas para impedir a Independência política e aproximação da Ucrânia com a Europa.
Esta vez os ucranianos estão capazes de proteger a sua pátria.
Até quando o mundo seguirá omisso observando essa tragédia feita pelo imperialismo russo, a qual desrespeita completamente o direito internacional e os direitos humanos?!
ROSTYSLAV TRONENKO é embaixador da Ucrânia no Brasil