Brasília, 2 de fevereiro de 2017
Ao Senhor Alberto Bombig
Editor executivo “Estado de S.Paulo”
Prezado Senhor,
Confesso que esperei um pouco mais do “Estado de S.Paulo” ao ler “Suposto admirador de líderes nazistas, atacante ucraniano gera polêmica na Espanha”, mas me confrontei só com repetição dos clichês antiucranianos da propaganda russa no estilo Sputnik Brasil.
Nada sobre comportamento xenofóbico e intolerância dos ultras de clube espanhol, tampouco sobre mais de 15 jogadores brasileiros no Campeonato da Ucrânia que convivem tranquilamente com 45 milhões de “supostos admiradores de líderes nazistas”.
Desde quando amor à Pátria, à sua história e a prontidão de defender a sua família com arma na mão contra o agressor são considerados comportamentos fascistas? Arrecadar dinheiro para Exército que luta contra agressão neoimperialista e revanchista de Rússia, que já custou para povo ucraniano mais de 10 mil mortos e 20 mil feridos também é fascismo? Porque para Forças Armadas do Brasil, a Pátria é acima de tudo e para nós, ucranianos, e para Roman Zozulya a Ucrânia não pode ser?!
Parecem perguntas retóricas nos nossos tempos de post-verdades e relativismo agressivo.
Aconselho vivamente ao Estadão perguntar sobre Stepan Bandera e Organização dos Nacionalistas Ucranianos a numerosa comunidade ucraniana no São Paulo e no Estado do Paraná. Não se espantem de descobrir que os cidadãos brasileiros, assim como ucranianos têm orgulho de Roman Zozulya #ProudOfZozulya.
Atenciosamente,
(assinado)
Rostyslav Tronenko
Embaixador da Ucrânia no Brasil