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Dia de memória das vítimas do genocídio do Povo Tártaro da Crimеia
17 maio 2019 15:04

   Uma das páginas trágicas na história do povo dos Tártaros da Crimeia é a sua deportação em massa por causa das acusações de "traição à pátria", realizada na noite de 18 a 20 de maio de 1944. Segundo as estimativas mais prováveis de historiadores, da Crimeia foram deportados mais de 238.500 tártaros dos quais 205.900 ou equivalente a 86,4% eram mulheres e crianças.

 Diante das péssimas condições de transporte, cerca de 8.000 pessoas morreram durante o trajeto, e maioria deles eram crianças e idosos. As causas mais comuns de morte foram sede e tifo.

Sobreviventes foram deportados para áreas inóspitas da Sibéria, Ural e Ásia Central, onde ficaram sem documentos e em condições de toque de recolher, sem o direito de viajar e até mesmo para procurar famílias perdidas durante a deportação. As condições difíceis de vida em assentamentos especiais, doenças infecciosas e falta do serviço médico provocaram a morte em massa, - durante os primeiros 4 anos da deportação morreram 46,2% das pessoas.

A Ucrânia desde a proclamação da sua independência assumiu a plena responsabilidade pelo destino de todos os cidadãos, incluindo aqueles que retornaram ao seu território após a deportação. Antes da anexação ilegal da Republica Autônoma da Crimeia pela Federação Russa em fevereiro-março de 2014 a Ucrânia com os seus próprios recursos realizou um trabalho extenso para resolver os problemas sociais e econômicos dos Tártaros da Crimeia e das pessoas de outras nacionalidades que retornaram a terra dos seus antepassados para residência permanente. No início de 2013 para residência permanente na Crimeia voltaram cerca de 266 mil Tártaros.

Após as eleições de 2010, para os conselhos regionais foram eleitos 16% de representantes dos Tártaros da Crimeia, enquanto sua participação na composição étnica da Crimeia foi de 13,7%. No final de 2012, para construção de moradias aos Tártaros da Crimeia foram entregues 85 mil lotes com a superfície total aproximada de 11 mil hectares.

No ano escolar de 2013/2014, na Crimeia havia 15 escolas secundárias com ensino em língua tártara (3092 alunos). Em 2013 na Crimeia publicavam-se vários jornais em língua tártara, e na Emissora Estatal de Rádio e Televisão “Crimeia” funcionava a redação tártara “Meydan".

A anexação ilegal da Republica Autônoma da Crimeia pela Federação Russa provocou violações significativas dos direitos humanos. Novamente os Tártaros da Criméia tornaram-se alvos de desaparecimentos forçados e raptos cometidos pelas autoridades de ocupação. Os organismos internacionais – a ONU, a UNESCO, a OSCE, o Conselho da Europa e outros continuam a chamar a atenção de todos para os inúmeros casos de violação de direitos humanos dos Tártaros da Criméia.

No dia 19 de abril de 2017 a Corte Internacional de Justiça da ONU aprovou a decisão de qualificação no caso da Ucrânia contra a Federação Russa sobre aplicação das medidas provisórias. De acordo com esta decisão do Tribunal, a Federação Russa na Crimeia ocupada deve abster-se da manutenção ou introdução das novas restrições dos direitos da comunidade dos Tártaros de Crimeia e preservar suas instituições representativas, incluindo Mejlis dos Tártaros da Crimeia.

No dia 3 de maio de 2017 o Comité de Ministros do Conselho da Europa aprovou uma Decisão sobre a situação na Crimeia e na cidade de Sevastopol (Ucrânia), que foi primeiro documento abrangente do mais alto órgão político do Conselho da Europa dedicado exclusivamente aos problemas da Crimeia. No documento foi confirmada mais uma vez posição irrevogável sobre a independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas. Condenando a anexação ilegal da República Autónoma da Crimeia e da cidade de Sevastopol pela Federação Russa, que mina a paz e segurança democrática na Europa, o Comitê de Ministros do Conselho da Europa mais uma vez sublinhou que esse ato da Federação Russa é uma violação do Direito Internacional. A decisão de assim chamada suprema corte na República Autônoma da Crimeia ocupada sobre reconhecimento de Mejlis como uma organização extremista e proibição das suas atividades, também foi condenada pelo Comité de Ministros. Assim, o documento contém uma exigência clara à Federação Russa de tomar todas as medidas para garantir os Direitos Humanos na Crimeia, incluindo uma revisão da decisão de proibição de Mejlis.

A organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) durante a 204ª sessão do Conselho Executivo, que foi realizada de 9 a 17 de abril de 2018 em Paris, aprovou a Resolução "Monitoramento da situação na República Autónoma da Criméia (Ucrânia)", no qual foi ressaltada a deterioração da situação com direitos humanos na Criméia e destacada a necessidade de implementação imediata de monitoramento na península. A Rússia recusa-se de cooperar para a realização de controle internacional.

Apesar da suspensão pelo governo da Rússia das organizações cívicas dos Tártaros da Crimeia, proibição da entrada no território ocupado de seus líderes, dificuldades temporárias não quebrarão o espírito dos Tártaros da Crimeia. A Ucrânia vai continuar seus esforços para garantir os direitos dos cidadãos de todas as nacionalidades e minorias étnicas no nosso Estado.

Somos diferentes, mais somos um povo unido, somos a Ucrânia unida!

 

Embaixada da Ucrânia no Brasil

 

 

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