Na terça-feira, 11 de março, no Senado Federal do Brasil, por iniciativa do Embaixador da Ucrânia no Brasil, Sr. Andrii Melnyk, foi organizada uma audiência pública dedicada à aprovação do Voto de Solidariedade parlamentar à Ucrânia. Essa manifestação histórica, que recebeu o apoio da maioria absoluta do Senado com 43 assinaturas de senadores, foi aprovada por unanimidade no plenário e demonstra o apoio dos representantes do povo brasileiro ao povo ucraniano. A iniciativa foi viabilizada graças ao apoio do presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia, Senador Flávio Arns, a Senadora Damares Alves, o Senador Sergio Moro, o Senador Hamilton Mourão, o Senador Oriovisto Guimarães e o Senador Magno Malta, todos coautores do texto do Voto de Solidariedade.
O documento reafirma o apoio à integridade territorial e à soberania da Ucrânia e faz um apelo ao governo brasileiro para que apoie as negociações de um acordo de paz sustentável no país, além de facilitar o retorno das 20 mil crianças ucranianas levadas à Rússia durante o conflito.
O Conselheiro da Embaixada da Ucrânia Andrii Borodenkov, que representou o Embaixador da Ucrânia Andrii Melnyk, na reunião do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia, destacou que a decisão do Senado envia ao mundo um sinal claro de que o Brasil defende o direito internacional e apoia aqueles que lutam pela liberdade. Ele afirmou que o gesto é altamente simbólico e significativo, especialmente por ter contado com o apoio da maioria absoluta dos senadores brasileiros. O Presidente do Senado Davi Alcolumbre, também foi elogiado por demonstrar um profundo entendimento da justiça e da responsabilidade para com o futuro.
Do lado ucraniano, participaram da audiência o presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Exteriores da Ucrânia, Sr. Oleksandr Merezhko, e o vice-líder da Frente Parlamentar Ucrânia–Países Latino-Americanos e do Caribe, Sr. Oleksii Zhmerenetsky. O Embaixador do Brasil na Ucrânia, Sr. Rafael Vidal, também esteve presente, reforçando a disposição brasileira em facilitar as negociações de paz e reiterando o respeito à integridade territorial ucraniana.
O Senado brasileiro debateu a posição do Brasil sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. Em meio às negociações para um possível acordo de paz, senadores cobram do governo brasileiro uma posição mais clara sobre o conflito. Em fevereiro, quando a guerra completou três anos, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução reafirmando o apoio à integridade territorial da Ucrânia, mas o Brasil se absteve de votar.
O Senador Flávio Arns (PSB-PR) criticou essa abstenção, ressaltando que, em anos anteriores, o Brasil sempre votou a favor de resoluções semelhantes. O Senador Sergio Moro (União-PR) e outros parlamentares também reprovaram a postura do governo brasileiro, defendendo uma condenação mais firme à invasão russa.
Vale destacar que na reunião participaram 30 representantes das 20 embaixadas da Europa, Africa e America do Sul: Bélgica, Guiana, Polônia, Representação da UE, Croácia, Áustria, Itália, Eslovênia, Suécia, Dinamarca, Paraguai, Portugal, França, Reino Unido, Itália, Dinamarca, Botsuana, Espanha, Países Baixos, Finlândia, Noruega. A posição do Senado foi elogiada pela Embaixadora da União Europeia no Brasil, Sra. Marian Schuegraf, que representou a posição dos países da UE.
Segundo ela, a guerra na Ucrânia não é apenas um conflito regional, mas uma questão fundamental para a ordem internacional.
"O que está em jogo são normas da ordem internacional, os mesmos princípios que permitiram a manutenção da paz e da segurança por décadas. São valores como soberania, integridade territorial e a proibição do uso da força, não apenas na Europa, mas em todo o mundo. A forma como responderemos a essa agressão hoje moldará o sistema internacional e a segurança coletiva no futuro", alertou Schuegraf, destacando também o apoio do Conselho Europeu à Ucrânia.
Em vídeo apresentado por Sr. Tony Kay, encaregado do negocios do Reino Unido no Brasil, a Embaixadora do Reino Unido, Sra. Stephanie Al-Qaq afirmou que o Reino Unido “apoia totalmente” a Ucrânia. Ela lembrou que acordos anteriores com a Rússia foram violados e, por isso, um "acordo fraco" de paz não pode ser aceito.
É importante lembrar que a agressão da Rússia contra a Ucrânia não é apenas uma questão europeia. A solidariedade e o apoio internacional são fundamentais para garantir a segurança e a prosperidade global. Gostaríamos de encorajar o Brasil a trazer sua voz à mesa de negociações em favor da justiça e da razão.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado