Após à declaração de independência pelo Conselho Central da República Popular da Ucrânia (RPU), em 7 de novembro de 1917, o país viu-se no estado da guerra com a Rússia bolchevique. Em seu "Manifesto ao povo ucraniano" Vladimir Lenin deixou claro que a Rússia Soviética não podia aceitar a existência de uma Ucrânia independente, e que os bolcheviques planejariam expandir a Revolução ao território ucraniano. Já em 12 de dezembro de 1917, o Congresso Ucraniano dos Sovietes em Kharkiv proclamou a República Soviética Ucraniana, e em dezembro os bolcheviques na Ucrânia começaram a receber ajuda militar.
Enquanto isso, o número de tropas leais à RPU diminuiu de 300.000 soldados, em verão de 1917, para cerca de 15.000 pessoas, em janeiro de 1918. Em tal situação, jovens e estudantes com espírito patriótico tornavam-se quase único apoio do Conselho Central. Em 5 janeiro de 1918, na reunião de estudantes juniores de universidades de Kyiv foi aprovada a decisão de formar um Corpo de Estudantes do Exército da RPU (Kurin Sichovykh Striltsiv). Assim, foram juntados 200 estudantes, chefiados pelo centurião Andrii Omelchenko.
Em dezembro de 1917, para guardar as fronteiras da Ucrânia de norte, na estação de Bakhmach foi colocado uma guarnição ucraniana de 400 estudantes da 1ª Escola de Juventude de Kiev nomeada após Bohdan Khmelnytsky. Em 26 de janeiro, veio a mensagem do comandante da guarnição Averkii Goncharenko que precisavam de ajuda imediata contra as tropas bolcheviques que atacam. E em 27 de janeiro os reforços chegaram: os cem primeiros do Corpo de Estudantes do Andrii Omelchenko recém-criado. A grande maioria dos estudantes estavam sem treinamento militar, não tinham munição suficiente e estavam mal armados - com apenas 16 metralhadoras e um trem blindado improvisado. Além disso, já durante a batalha real, também se juntaram 80 voluntários. Assim, o comandante Averkii Goncharenko tinha até 400 homens, a maioria dos quais foram estudantes e cadetes.
Forças bolcheviques foram compostas por militares experientes, cerca de 4.000 marinheiros da frota do Báltico e soldados da Guarda Vermelha de Petrogrado e Moscou.
A batalha ocorreu em 29 de janeiro de 1918 na estação ferroviária Kruty, e durou cerca de cinco horas, terminando em a derrota das tropas ucranianas.
O combate não foi decisivo no curso da guerra, mas adquiriu a significação particularmente importante na consciência de muitos, devido ao heroísmo dos estudantes ucranianos que morreram. A morte trágica dos estudantes se tornou um símbolo de patriotismo e sacrifício na luta pela Ucrânia independente. Já em Março de 1918, após a assinatura do acordo de paz com os bolcheviques em Brest, e o retorno do governo da RPU em Kyiv, Conselho Central decidiu de re-sepultar cerimoniosamente os estudantes na capital. Durante anos, a história da batalha foi silenciada ou cercada com ficção, tanto na historiografia nacional como no exterior. Em 2006, no local da batalha foi colocado um monumento, e ao 80º aniversário foi emitida a moeda comemorativa.