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Discurso do Embaixador da Ucrânia no Brasil Rostyslav Tronenko na abertura da exposição "Ucrânia 1932 – 1933. Genocídio pela fome" no Senado Federal do Congresso Nacional do Brasil (9 de maio de 2018)
16 maio 2018 00:12

Discurso do Embaixador da Ucrânia no Brasil Rostyslav Tronenko
na abertura da exposição "Ucrânia 1932 – 1933. Genocídio pela fome"
no Senado Federal do Congresso Nacional do Brasil
(9 de maio de 2018)

Excelentíssimos Senhores e Senhoras Senadores,

Excelentíssimos Senhores e Senhoras Deputados,

Excelentíssimos colegas Embaixadores dos países amigos,

Senhores e Senhores representantes de Corpo Diplomático e colegas do Itamaraty, autoridades militares, eclesiásticas, da sociedade civil e jornalistas.

Caros compatriotas e todos amigos aqui presentes, 

Agradeço a presença de todos aqui para a abertura da exposição “Ucrânia 1932 – 1933. HOLODOMOR, Genocídio pela fome”.

Gostaria muito de agradecer ao Senador Álvaro Dias que aceitou muito prontamente a ideia de organizar esta exposição no Senado Federal. Chamo atenção pelo fato de que o Senador Álvaro Dias é um grande amigo da Ucrânia, do povo ucraniano e muito considerado pelos nossos descendentes aquí no Brasil. O Senador no ano 2008 muito gentilmente visitou à Ucrânia como representante do Congresso Nacional para participar nas solenidades que marcaram os 75 anos do Holodomor.

Holodomor, esse é o nome que foi dado à essa trágica página da nossa história, que assolou a Ucrânia entre 1932 e 1933 matando mais de 7 milhões de inocentes de fome, em um país que era considerado o Celeiro da Europa pela sua alta exportação de trigo.

A solenidade de hoje é para olharmos o passado, avaliarmos o presente e planejarmos o futuro.

Entre tantas coisas ruins que ocorreram no passado, e que se vinculam com o presente é sem dúvida o Holodomor ucraniano.

No Artigo 506 do Compêndio da Doutrina Social da Igreja Católica diz que “as tentativas de eliminação de inteiros grupos nacionais, étnicos, religiosos ou linguísticos são determinados como delitos contra Deus e contra a própria humanidade, e os responsáveis de tais crimes devem ser chamados a responder diante da justiça”. Nesse mesmo documento, essa tragédia contra o povo ucraniano é reconhecida como GENOCÍDIO.

Esse extermínio deliberado foi possível através de uma política de terror, com muito requinte de crueldade e sangue frio contra o povo ucraniano por parte do regime soviético stalinista que não teve nenhum pudor ou resquício de piedade em tirar a vida de milhões de cidadãos inocentes, o qual lhes tiravam todos os seus alimentos e suas reservas, deixando-os morrer de fome.

Existe uma opinião, baseada em estudos históricos de que se o Holodomor não tivesse sido calado e silenciado pela propaganda soviética, certamente o Holocausto poderia ter sido evitado.

Pois o silêncio ensurdecedor dessa tragédia, e a omissão criminosa desse fato hediondo fez com que a impunidade fosse possível de outras formas,  com outros países, como foi o que veio a acontecer infelizmente com o Holocausto.

Milhões de vidas inocentes poderiam ter sido preservadas e essa tragédia possivelmente evitada.

Como disse recentemente o Presidente ucraniano Petro Poroshenko:

“Não reconhecer o HOLODOMOR, é tão imoral e cruel quanto não reconhecer o HOLOCAUSTO!”

 Nossa posição não é contra ninguém. Mas temos a obrigação de mencionar e relembrar essa lição histórica dolorosa que não cicatrizou e nem há de cicatrizar para o meu povo, e sobre a necessidade de ficarmos atentos para que essas tragédias não se repitam jamais em nenhum  lugar do mundo. 

O Holodomor já foi reconhecido como Genocídio, ou Crime Contra a Humanidade pela Argentina, Austrália, Canadá, Colômbia, Equador, Geórgia, Estados Unidos da América, Estônia, Itália, Hungria, Latvia, Lituânia, México, Polônia, Paraguai, Peru, Portugal e Santa Sé.

No Brasil essa tragédia foi reconhecida pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, e pela Câmara Municipal localizadas na belíssima Capital Paranaense, também nas Câmaras Municipais do Rio de Janeiro, Curitiba, Prudentópolis, Irati, Campo Mourão e Antônio Olinto.

Para lembrarmos os 85 anos dessa triste tragédia gostaríamos de contar com uma posição e apoio por parte do Congresso Nacional que sempre tem uma postura muito amistosa e de parceria com a Ucrânia. Nossa comunidade hoje conta com mais de 1 milhão de descendentes espalhados por todo o Brasil, e que aguardam ansiosos a anos por uma posição brasileira. Nossa comunidade é muito ativa e atenta. É a maior comunidade ucraniana da América Latina, e já chegou a Brasília no Congresso Nacional e nessa respeitável casa os quais foram dignamente e calorosamente recebidos para clamar pelo apoio e reconhecimento pelas causas ucranianas que são tão fortes para todos, uma vez que todos têm familiares ou descendentes que pereceram nessa tragédia.

E por último, mas não menos importante gostaria de pedir o apoio de todos os senhores Senadores e senhores Deputados para não deixar cair em esquecimento em solo que para nós é considerado ucraniano-brasileiro a importância e a necessidade do reconhecimento dessa tragédia, e mais ainda, não podemos deixar apagar a memória dessas vítimas inocentes de um regime desumano, cruel e totalitário, pois caso contrário, a indiferença os matará novamente.

 

Muito obrigado.

 

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