“Nossa esperança está nesta eleição”, diz embaixatriz da Ucrânia no Brasilna entrevista ao canal Globo RPC TV
Em cenário de crise política, ucranianos têm eleição neste domingo (25).
Campanha na internet reúne mensagens de apoio a soberania da Ucrânia.
A embaixatriz da Ucrânia no Brasil está em Curitiba para acompanhar as eleições que ocorrem no país europeu neste domingo (25), em meio a uma séria crise política. O dia pode ser é considerado um dos mais importantes da história recente da Ucrânia, já que cerca de 35 milhões vão às urnas para escolher o novo presidente. “É ansiedade, é pressão, é tristeza, é muita preocupação. O povo está disposto a lutar, se vive aquela tensão, aquele sentimento de angustia. Realmente, esta eleição significa muita coisa. Temos depositado toda a nossa esperança nesta eleição”, tenta resumir a embaixatriz Fabiana Tronenko, que é curitibana.
A eleição ocorre seis meses após o início dos protestos que levaram à queda do presidente Viktor Yanukovych. As manifestações contra a gestão de Yanukovych foram violentas, com registro de mortes. Diante da gravidade, o então presidente assinou um acordo com a oposição em 21 de fevereiro, convocando eleições presidenciais antecipadas em dezembro. Mas ele deixou o país no fim do mesmo dia, provavelmente escondendo-se na Rússia. O Parlamento, então, decidiu manter a votação do dia 25 de maio.
A Rússia tem classificado o governo interino de "junta" e, em março, anexou a região separatista ucraniana da Crimeia. “Foi anexado sem direito algum. Aquilo foi altamente ilegal e inconstitucional. Tanto é que as eleições da Criméia não foram legítimas. Em hipótese alguma nós aceitamos essa anexação”, diz a embaixatriz.
A animosidade de Moscou com as autoridades de Kiev alimentou as tensões no leste da Ucrânia, onde ao menos duas regiões declararam independência. Se a Ucrânia conseguir eleger um presidente em um processo eleitoral democrático e transparente, os argumentos russos de que o país tem um governo "ilegítimo" podem acabar. Estão na disputa pelo cargo de presidente da Ucrânia 21 candidatos.
A comunidade ucraniana no Brasil possui 500 mil pessoas, sendo que 400 mil estão no Paraná. Segundo a embaixatriz, todos acompanham com muita atenção os desdobramentos da crise e torcem para que nada atrapalhe as eleição deste domingo. Ela conta que aqueles que vivem no Brasil e têm parentes na Ucrânia falam da situação com água nos olhos.
Não só a comunidade ucraniana está envolvida com a causa e na esperança de uma resolução pacífica. A partir de uma campanha criada pela embaixatriz, brasileiros e estrangeiros têm demonstrado apoio a soberania do país.
Com o nome "Eu sou brasileiro(a) e apoio uma Ucrânia livre e soberana", as pessoas têm publicado na internet fotos com mensagens de apoio a causa. “As pessoas estão colaborando muito com a gente. Tem sido muito representante para nós, como representantes do governo no Brasil. Para nós, é uma referência direta com o povo ucraniano. O que nos importa agora é o apoio do povo”, diz emocionada.
Os cinco continentes oram pela Ucrânia
A comunidade ucraniana espalhada pelos cinco continentes se reuniram ao meio-dia de sábado (24), no horário de Kiev e 6h no horário de Brasília, para um culto em prol da paz e tranquilidade na Ucrânia. Por meio de uma videoconferência, representantes dos cinco cantos do mundo fizeram orações, ao vivo, para ucranianos que se concentraram na Montanha Romiak, região de Ivano-Frankivsk, onde há uma figura da mãe de Deus. Na América do Sul, a embaixatriz Fabiana Tronenko foi a responsável pela oração. “Foi muito emocionante. A situação que vivemos na Ucrânia é de muita tensão, de emoção e opressão, ao mesmo tempo, já que estamos diretamente ligados ao governo ucraniano. Nós pedimos oração, apoio para todos”, finaliza a embaixatriz.